Para Chico Anysio

Texto de Jader Soares (Zebrinha)
Olá Chico! Como vai?
Tá tudo bem por aí?
Os anjos estão a rir?
Com tua presença, amigo?

Aqui ficamos saudosos
Não atentei ao aviso
Uma saudade medonha
Bateu confusa e eu preciso
Te dizer não sei o que
Quando lembro de você
As lágrimas me molham o riso.

O que nos faz relaxar
Nos tranquiliza e acalma
É saber que a tua alma
De generosa bondade
Ao lado da santidade
Está com tal harmonia
Que a nossa agonia
Vai logo ser superada
E dar lugar à morada
Aos risos de cada dia.

Diga a dona Aidéy
Que aqui você foi feliz
Fez rir a todo um país
E nós a agradecemos
Por ela ter nos doado
Um filho tão fabuloso
Tão refinado na arte
Que fez aqui sua parte
Com talento grandioso.

No Seu Oliveira dê
Um abraço demorado
Como um amplexo guardado
No cofre do coração.
Conte-lhe uma piada boa
E quando ele der risada
Aproveite a gargalhada
E nesta situação
Diga: “Pai, vim lhe ver
Eu voltei para você
Meu pai, a sua bênção!

Adeus Chico e obrigado
Que seja boa a viagem
Mas nós estamos aqui
Como quem faz uma sondagem
Família, fãs e amigos
Esperando de repente
Que você diga pra gente
Qual seu novo personagem?

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Festival de Mentiras abre o Mês do Humorista


No Teatro Chico Anysio, rememorando a história dos potoqueiros das antigas, que se reuniam debaixo do Cajueiro Botador da Praça do Ferreira, acontecerá a abertura das comemorações do Mês do Humorista. Ali, no dia 1º de Abril, as 20h, escolheremos o Mentiroso do Ano de 2012, que levará além do Troféu Cajueiro da Mentira, premiação em dinheiro. A premiação é líquida, sem desconto:
1º Colocado R$ 1,00
2º Colocado R$ 0,50
3º Colocado R$ 0,25
TROFÉU PANTALEÃO
O prêmio será pago na hora, em espécie, em moeda corrente do Brasil, sob forte esquema de segurança. Além da grana, o vencedor receberá também o Troféu Pantaleão (Personagem mentiroso de Chico Anysio)
Qualquer pessoa poderá disputar, para isso basta preparar uma boa mentira, pegar o microfone e soltar o verbo.
Quem vai escolher o Maior Mentiroso do Ano será o público, através de aplausos, vaias, gritos, gemidos, estalos de dedos, assobios ou outra manifestação qualquer de apoio ao seu mentiroso preferido.
As inscrições serão realizadas no Teatro, no próprio dia 1º de Abril, a partir das 18h, sem taxa.

EXPOSIÇÃO
O Museu do Caju estará presente ao evento. Na ocasião mostrará uma exposição de produtos de caju (artes, artesanato e culinária).

DEGUSTAÇÃO
Aos presente será servido um delicioso suco de caju, do legítimo Cajueiro da Mentira…
HISTÓRIA DO FESTIVAL DE MENTIRAS

De 1904 a 1920, na Praça do Ferreira, debaixo do Cajueiro Botador (era assim chamado porque botava caju o ano todo – e isso é verdade!), o Ceará assistia a sua festa mais tradicional, popular e moleca que era o Festival de Mentiras, realizado, é claro, no dia 1º de Abril. Ali, intelectuais, artistas, bebuns e desocupados passavam o dia escrevendo e afixando papelotes no Cajueiro, com todo tipo de mentiras, de preferência as mais provocantes.
Em 1920, o Prefeito Godofredo Maciel, sentindo-se incomodado com a brincadeira, mandou derrubar o Cajueiro, acabando com a farra.
Na última reforma da Praça do Ferreira, foi plantado um novo cajueiro e colocado a seu lado uma placa que conta um pouco desta história.
Em 2006, depois de 86 anos sem acontecer o evento, o Escritório do Riso retomou o Festival de Mentiras, realizando-o nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 no Teatro Chico Anysio. Em 2010 e 2011, o Festival voltou à Praça do Ferreira, seu lugar de origem e foi realizado debaixo do Cajueiro Botador. Agora em 2012, mais uma vez, o Festival volta a ser realizado no Teatro Chico Anysio, abrindo a programação do Mês do Humorista, que presta homenagem ao MESTRE DO HUMOR BRASILEIRO, que nos deixou no último de 23 de março de 2012.
O Dia do Humorista no Ceará é 12 de Abril. Dia de nascimento de Chico Anysio.

SERVIÇO:
XXIV Festival de Mentiras
Local: Teatro Chico Anysio – 20h
Av. da Universidade, 2175 – Benfica

Ingressos promocionais na bilheteria do Teatro:
Inteira: R$: 10,00
Meia: 5,00
Informações: 3252 3741 – 9991 0460 (Jader Soares-ZEBRINHA)

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Cinzas do Chico em Maranguape

… É só pra informar que até o momento ainda não há informações sobre a chegada das cinzas do humorista Chico Anysio ao Ceará. Uma parte das cinzas será jogada no Rio de Janeiro, a outra em Maranguape! Falei com o André Lucas,filho do Chico, agorinha. A família ainda está decidindo tudo! Logo que eu tenha a informação, comunico a todos.
Obrigado pela solidariedade!
Jader Soares – Zebrinha

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Há 512 anos Cabral saiu de lá pra cá!


Hoje, 9 de março de 2012 completa 512 da saída de Pedro Álvares Cabral, lá de Portugal pra cá. Me lembro como se fosse hoje! Aliás, eu também vim com ele; mas, quase que perco a viagem. Passei na casa de Cabral e perguntei a D. Isabel de Castro, mulher dele:
– Cadê o Pedim?
– Saiu.
– E ele foi pra onde numa hora dessa?
– E num foi descobrir o Brasil!?
Falei: “Falha-me Deus do céu! É mesmo! É hoje!”
Taquei o pé na carreira e me mandei pra o Rio Tejo. Foi de lá que saímos.

O Rei era o Dom Manoel I, que entregou ao Cabral a Bandeira da Ordem de Cristo. A frota tinha dez naus e 03 caravelas e 1500 machos. O destino: Índia, lá no Oriente… Só que eu e o Cabral éramos os únicos que sabíamos que primeiro, tínhamos que dá uma passadinha pra descobrir o Brasil

Um dia antes, 08, foi realizada uma missa na capela de Belém, celebrada pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz, meu chapa.

O navio de Gaspar de Lemos foi que trouxe o rango, pra abastecer os outros navios durante a viagem.

No dia 22 de abril gritei: “Terra a vista!”

Cabral me perguntou:
– Zebrinha, sabe que terra é esta?
– Rapaz, eu acho que a Bahia.
– Mas, por quê?
– Tá vendo não que os índios só andam de três em três…
– E o que é que isso tem a ver?
– Ora mais! É que aqui é a terra do Trio.
– E o que biabo é Trio?
– Daqui a 500 anos eu lhe explico!

No domingo, dia 26/04, no Ilhéu de Coroa Vermelha, celebramos a 1ª missa no Brasil. Eu falei “celebramos”, mas na realidade eu só fui Coroinha. Quem celebrou mesmo foi o meu primo Frei Henrique Soares, lá de Coimbra.

No dia 1º de Maio, Dia do Trabalho, o cemércio todo fechado, celebramos a 2ª missa; e no dia 02, num sábado, dia de feira, claro! nos mandamos para a cidade de Calicute, na Índia.

Ficaram aqui dois sujeitos que desertaram da nau Capitânia e mais dois degredados “cabras bons”, que tinham praticado uns delitos em Portugal. Estes últimos dois botaram o maior boneco. Queriam ficar não. Falei: “que conversa é essa numa hora dessa, rapaz!

O navio de Gaspar de Lemos, que veio com a nossa comida voltou para Portugal, levando para o Rei a Carta que eu ditei e o Pero Vaz de Caminha escreveu. Nela falei sobre o “achamento” do Brasil

Cabral tinha 33 anos.
Saindo de Portugal dia 9 de março de 1500, e só retornando dia 21 de julho de 1501, demorou um ano e 4 meses no meio do mundo. Das 13 embarcações, apenas 6 retornaram à Portugal. O mar era brabo como o diabo!

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